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Deste que o PS entrou para a Câmara Municipal de Coruche, e alterou os Planos da Zona industrial do Couço em que Antonica passou para um lote, que assistimos a este desentendimento entre junta e câmara.
Convém explicar o que é a Antonica pois, parece-me que existem muitas opiniões sem a conhecer:
A Antonica começou por ser uma fonte, um afloramento de um lençol de água. Os nossos avós recorriam a esta fonte para matar a sede.
Por volta dos anos 30 a população recorreu a esta fonte para abastecer o aglomerado populacional.
Porque a fonte estava perto da Aldeia e num ponto mais elevado, foi construída uma ligação até á Praça da Republica. Atrás da demolida Igreja de Santo António ergueu-se uma fonte pública. Era nessa fonte que corria a água da Antonica e onde a população se abastecia.
Anos mais tarde foi construída a rede pública de águas e um depósito elevado. Mais uma vez foi a Antonica a escolhida para abastecer esse depósito elevado, pelo que, foram executadas obras no local. Foi construída uma casa para as bombas e um tanque para reter os excessos de água. Foi também construída uma vedação que protegia todo o espaço, excepto o tanque. Lembro-me, dos tempos de telescola, que era no tanque que os ciganos lavavam as suas roupas e davam de beber aos animais.
À semelhança de outros terrenos oferecidos pelos antigos donos do Monte-Couço e depois pelo Sr. Henrique Barreiras, parecia-me lógico que este terreno tivesse sido oferecido à população do Couço. Penso que não existiam documentos da oferta do terreno, assim era prática à época do início da exploração das águas.
Aquando da compra de terrenos, por parte da Câmara para fazer a zona industrial, a Antonica passou a integrar um lote de terreno para venda.
A Junta não quis comprar o lote em questão por considerar que aquele espaço lhe pertence e a Câmara, dona documentada do espaço, decidiu vender à Sra. Teresa para construção de um espaço comercial.
Nas actas da Câmara é bem patente a pouca vontade do executivo em entregar a Antonica à Junta. Numa acta é referido por um vereador, único que é natural do Couço, que o espaço apenas servia de arrumos e que não via interesse que a Antonica fosse da Junta.
Bem vistas as coisas ainda está muita tinta por correr antes que se resolva a questão. Mesmo que a Junta ganhe, em sede de tribunal, a Câmara sempre irá colocar entraves a toda e qualquer intervenção que a junta pretenda fazer naquele espaço. Todos sabemos que é a Câmara que é responsável pelo ordenamento e que emite as devidas licenças.
Enquanto a Junta e a Câmara estiverem de costas voltadas nunca haverá solução para este e para outros assuntos.
Não conheço as intenções da Junta para o espaço da Antonica, não sei até que ponto elas se podem integrar no conceito de uma Zona industrial mas, parece claro a quem conhece a história da Antonica, que ela sempre fará parte do Couço e da sua história.