Chegámos ao fim de semana "maior nas Comemorações do 36º aniversário do 25 de Abril.
Temos no programa da Junta de freguesia as seguintes actividades
Dia 24 de Abril
Cicloturismo
9 H concentração na Junta de Freguesia e partida às 9h30m
Espectaculo Musical com Samuel
21h 30m no Salão da Casa do Povo
Dia 25
Içar da Bandeira
11 H na Junta de Freguesia
Abertura de exposição
11h 30m Casa do Povo
Folclore
18h - Com os Ranchos da freguesia
Para a Próxima semana haverá mais posts acerca deste tema
Inserido das comemorações do 25 de Abril haverá um espectáculo com o artista Samuel no próximo dia 24 de Abril às 21 horas.
Este artista vai apresentar, no salão da Casa do Povo, um conjunto de "Cantigas de Abril".
Estava eu a conversar com um filho desta terra quando ele, com um ar muito Zangado, me fazia uma choradeira por causa de um molho de espargos que tinha comprado à beira da estrada.
Dizia ele que metade estavam duros e que apareceram dois gamões perdidos no meio dos espargos.
Depois de uma enorme gargalhada da mim parte, tive que lhe dizer que a malta que vai para “Lisboa” esquece com facilidade o que aprendeu com a vida no Campo. Ainda por cima apanham a “doença” dos Lisboetas. Como se diz por cá “comem toda a m…”
Contei-lhe então a Cantiga que as antigas campinas cantavam no caminho do Trabalho:
EU UM DIA FUI À FEIRA
EU NÃO SEI COMO ISTO FOI
COMPREI UMA VACA LEITEIRA
CHEGUEI CÁ SAIU-ME UM BOI
O MEU PAI FICOU TROMBUDO
MINHA MÃE DIZ NÃO FAZ MAL
EM LISBOA COMEM TUDO
MATA LÁ ESSE ANIMAL
O Couço começa a ter uma boa colecção destes animais...
Nas ruas da vila podemos contemplar um sem numero de construções que estão em avançado estado de degradação. Algumas estão completamente ao abandono e outras sem dinheiro para a recuperação.
Neste post decidi apresentar três casos que me parecem caricatos.
A Casa do Povo, O antigo Clube e a grande aberração que é o cinema Império.
A junta de freguesia herdou dois deles e o”cinema” é pertença da Fábrica da Igreja do Couço. Todos eles pesadas, e onerosas, heranças para os seus actuais donos.
Vamos começar pelo “monstro”; O Cinema império foi um legado da família Henriques da Silva, construído nos terrenos da paroquia e em que a finalidade era a obtenção de recursos para o asilo e para o Hospital. Não só nunca houve ganhos, como a manutenção se tornou um fardo para a paróquia. O edifício, que nasceu com problemas estruturais, não cumpriu a função de gerador de recursos mas foi, e é, um foco de despesa e problemas.
Há cerca de um ano a paróquia tentou obter autorização junto do município para começar a requalificação do edifício. Pretendia-se substituir o telhado e depois por fases recuperar o espaço de forma a conseguir um espaço de apoio à paróquia e à população. A câmara não autorizou e a degradação continua à vista de todos.
O cinema é um bom exemplo do que pode suceder com as heranças da junta. Se por um lado o Clube já começou a ser recuperado, o edifício da Casa do Povo necessita de obras urgentes.
Está à vista de todos que a Junta não tem recursos para recuperar e manter os dois espaços. O Clube está de obras paradas há vários meses e falta a parte mais onerosa para colocar o espaço em funcionamento (e recuperar o quintal). Na Casa do Povo a situação é bem pior. O edifício está a ser usado como único espaço de cultura, de apoio a reuniões populares, como pólo da segurança social, entre outras funções. Para continuar a cumprir com estas funções o edifício necessita de obras no telhado, de corrigir infiltrações, de arranjar esgotos e águas, de pintura, etc..
A junta de Freguesia terá de planear muito bem o futuro destes edifícios ou em breve a “casa caí”, tal como acontece no cinema.
O Couço necessita de um espaço museológico, de um espaço para exposições, de um espaço de apoio ao teatro, de ateliers lúdicos para as crianças e para a terceira idade. (Já tenho pensado que uma Universidade para a terceira Idade era ouro sobre azul).
Na Casa do Povo e no “Clube” existe espaço mais que suficiente para desenvolver a área cultural da freguesia. Com as respostas certas e com um planeamento a olhar no futuro o Couço pode vir a ser um pólo cultural muito atractivo em toda a região.
Vamos dar vida aos “elefantes”
No seguimento das festividades do 36º aniversário da revolução dos cravos, este final de semana, a Junta de Freguesia patrocina o visionamento de um filme.
Podemos todos assistir à passagem do filme "Avatar" no próximo sabado, pelas 21.30 H no salão da Casa do Povo.
O Centro Popular de Trabalhadores de Foros de Lagoíços vai entrar em festa nestes próximos fins de semana.
Para celebrar o seu 36º aniversário (dia 1 de Maio) esta colectividade vai promover alguns torneios de jogos populares e um pequeno arraial.
No próximo dia 17 de Abril terá lugar o torneio de sueca e no dia 24 será o torneio de chinquilho.
as inscrições efectuam-se na sede da colectividade, em Foros de Lagoíços, e serão aceites até ao dia anterior do torneio.
Brevemente anunciarei o restante programa das festas.
O associativismo no Couço será um dos próximos posts. Se alguém quiser ajudar com informações acerca do assunto agradeço desde já.
Continuando o post anterior falo agora do passado mais recente.
A luta anti-fascista do anos anteriores ao 25 de Abril de 1974 marcou muito quase toda a população do Couço. Digo "quase toda" pois como é sabido também existiram os "bufos" e alguns estavam do lado do poder.
Foi uma época de "vacas magras" onde faltava o pão na mesa, onde o trabalho era de sol-a-sol e mal remunerado. Mais uma vez a população do Couço lutou pelo direito às 8 horas de trabalho e pelo direito a um rendimento mais justo.
Uma das coisas que mais me intriga foi o papel da MULHER na luta anti-fascista. Todos nós sabemos o quanto devastador é a falta de uma mulher no núcleo familiar. A mulher é quase sempre o pilar da família, embora muitos desvalorizem toda a sua força de mulheres e de mães. Pergunto-me muitas vezes a razão pela qual as mulheres tiveram um papel tão importante na resistência anti-fascista. Seria muito mais facil a mulher recatar-se e proteger os seus filhos.
A resposta a esta minha pergunta foi-me transmitida por uma das senhoras que estiveram presas, dizia ela que as coisas eram tão más que agiram com o instinto de proteger os seus filhos. Acrescentava ela que tal como um animal faz tudo para defender os filhos assim elas agiam pensando que só assim os seus filhos poderiam viver com a liberdade que elas não tiveram.
No pós 25 de Abril vieram anos conturbados com a reforma agrária. Com a criação de cooperativas agricolas as pessoas garantiram o seu sustento e a vida começou a ser mais facilitada. As pessoas eram "donas" do seu trabalho e todos trabalhavam com o objectivo do colectivo. Todos é como quem diz pois, alguns pensavam mais nos bolsos das suas calças.
A Sociedade evoluiu e levou ao desaparecimento de quase todas as cooperativas, não sei se para o bem se para o mal, certo é que os ideais não mais se justificavam, estavam assentes em areias movediças e já muito deturpados.
Da época da reforma agrária ficaram algumas coisas muito boas, saliento o Centro Materno, cultural e infantil ( a creche). A creche nasceu da necessidade das mães, que trabalhavam nas cooperativas, terem onde deixar os seus filhos no horário de trabalho. Na fundação da creche cada cooperativa pagava a uma funcionária da creche.
Na área de apoio á primeira infância, aos doentes e aos idoso podemos até afirmar que o Couço foi um dos pioneiros na região.
Após a morte de um forasteiro que não teve onde pernoitar foi arranjado um quarto para que mais ninguém morresse por falta de abrigo ao passar pelo Couço. Foi criado um asilo para idosos ( onde são hoje os correios) que foi a base para a construção do agora lar paroquial. Foi também construído um posto médico e mais tarde o Hospital paroquial. Todas estas obras foram possíveis pois existia uma obra de são Vicente Paulo na paróquia.
Numa terra de fraca religiosidade é notável o trabalho da obra de são Vicente Paulo no apoio aos Doentes e aos idosos. Se alguém adoecia era visitado e levavam-lhe alguns alimentos. Se necessário era transferido para o Hospital.
Com a religião aparecem outras questões... Como é possível que numa terra de tão fraca religiosidade e, numa época em que as vocações estão em crise, aparecer uma congregação Francesa de Monjas que vai fundar um mosteiro nesta freguesia?
Para a igreja católica as congregações de clausura são o " topo de gama". Não entendo, e não é para se entender, como podem ter escolhido este cantinho de "infiéis" e bastião comunista para construir um mosteiro.
Como podem ver o Couço Foi, e É, uma terra de gente de "lutas". Mas um lar para todos os que vêm por bem.
Dou comigo a pensar no que fez desta terra um lugar diferente...
Depois de vários séculos a pesarem na história desta localidade quais as características desta pequena freguesia perdida entre o Ribatejo e o Alentejo?
Em primeiro lugar sobressaíem as pessoas. As pessoas que habitaram o Couço sempre foram pessoas que enfrentaram as adversidades de uma terra dificil, mas muito generosa.
Perdida no final da Ordem de Avis ( daí o seu nome, Cousso, que significa "fim", "ermo", etc.) a região sofreu, nos primeiros seculos da sua existencia, a pressão dos malfeitores que se refugiavam nas suas charnecas. O Bando mais conhecido é o dos "Janeiros", um dos ultimos bandos conhecidos.
As coisas melhoraram com a concessão de uma estalagem e com a necessidade de protecção da corte aquando da suas passagens para Avis.
A natureza das suas terras e dos cursos de água consumiram as forças de muitos homens;
- As ribeiras e o Rio Sorraia teimavam em destruir as lavouras com as suas enormes cheias. Só com regularização dos leitos dos cursos de água o homem pode retirar o sustento das ferteis várzeas.
- As terras de charneca constantemente a necessitarem de limpeza e de lavoura para produzirem cereais e feijão.
- A floresta de sobreiros e de pinheiros a exigir força e pericia para colher cortiça e pinhão.
- etc.
A necessidade de mão de obra trouxe à região um sem numero de pessoas. a suas maioria veio das beiras e do Algarve. Com as pessoas vieram os seus usos e costumes. Esta mistura de povos é responsável pelo coucense de hoje.
São estas, entre muitas outras particularidades, que fazem o COUÇO.
Por muito que tentem eliminar este cantinho do mapa de Portugal, retirando-lhe umas míseras letras de um deposito da água ou tentando asfixiá-lo economicamente ou politicamente jamais serão bem sucedidos pois na origem deste povo está a força contra as adversidades.
Na continuação das festas do 36º aniversário do 25 de Abril a freguesia do Couço organizou uma noite de Teatro no Salão da Casa do Povo.
No próximo dia 10 de Abril, ÀS 21.30 H, o grupo de Teatro Metamorphose leva à cena a peça "TRILHOS D`OIRO" .
MOÇÃO
Conjunta dos comerciantes e da Junta de Freguesia do Couço
Considerando que:
a. O posto territorial da GNR do Couço foi transformado num mero local de atendimento que funciona das 9,00 às 16,00 horas e com apenas 3 homens;
b. Que estudos do Ministério da Administração Interna apontam que existem sentimentos de insegurança nas populações, nomeadamente devido à falta de presença, visibilidade e proximidade das forças de segurança;
c. O comércio local está a ter prejuízos devido ao afastamento dos clientes no período nocturno;
d. A distância à sede de concelho aumentando a demora na chegada de meios aquando de qualquer ocorrência;
e. Na freguesia existem instituições que importa salvaguardar como, a estação dos correios, o banco, a delegação da segurança social, o centro de saúde, a escola básica, o centro materno bem como uma ourivesaria, o posto de combustível e uma extensa área de 351km2;
f. Há vários anos a população tem vindo a manifestar o seu descontentamento com o gradual encerramento do posto do Couço, através de abaixo-assinados com milhares de assinaturas.
g. Os rácios de criminalidade felizmente são baixos, não significando isso que a população não sinta insegurança;
h. A segurança é um direito fundamental das populações, consagrado na CRP.
Os agentes do comércio e indústria da freguesia do Couço, reunidos com o executivo da Junta de Freguesia do Couço, na sede da Junta em 25 de Março de 2010 deliberaram por unanimidade:
1. Apelar às entidades responsáveis para que com carácter de urgência sejam criadas as condições em meios materiais e humanos para o restabelecimento do posto da GNR no Couço de forma a funcionar as 24 horas do dia lembrando que outras medidas podem vir a ser tomadas se tal não acontecer a curto prazo.
2. Enviar a presente moção às seguintes entidades:
Presidente da Assembleia da República;
Grupos Parlamentares na Assembleia da República;
Presidência do Conselho de Ministros;
Ministro da Administração Interna;
Governadora Civil do distrito de Santarém;
Presidente da Assembleia Municipal de Coruche;
Presidente da Câmara Municipal de Coruche;
Comando-Geral da GNR;
Comandante do Posto territorial da GNR no Couço.
Couço, 25 de Março de 2010
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